segunda-feira, 18 de abril de 2011

Energia solar para todos


Em um país como o Brasil, famoso pelo Sol abundante, é curioso que o uso da energia solar tenha sido considerada até bem pouco tempo uma “novidade”, ou mesmo um item de luxo. Nos últimos anos, porém, a utilização dos aquecedores solares de água tornou-se realidade em uma parcela expressiva de residências, indústrias, hotéis, piscinas e em muitas outras aplicações industriais e comerciais. A evolução tecnológica os tornou mais acessíveis, eficientes e populares, no sentido de serem desmistificados, tanto pelos profissionais do setor de construção quanto pela sociedade.

Podemos dizer até que se tornaram uma necessidade, em virtude de suas vantagens, tanto para o bolso do consumidor quanto para o meio ambiente. A quem o adquire, o aquecedor solar de água possibilita economizar até cerca de 90% da energia elétrica gasta com aquecimento de água na residência, todo mês.

Em outras palavras, o investimento no produto volta para o bolso do consumidor por meio da economia na conta de luz. Na prática, o equipamento sairá de graça, pois se pagará após um período que varia normalmente entre 12 e 36 meses. Depois disso, é possível contar com água quente sem nenhum custo, por muito tempo. Um prato cheio para a classe “C”, cuja demanda por aquecedores solares de água compactos, os chamados plug and play, prontos para instalar, é crescente.

Benefícios para o meio ambiente

Já para o meio ambiente os benefícios são enormes. Ironicamente, a produção e o uso da energia são algumas das principais causas de destruição do meio ambiente. A queima de combustíveis como gás e óleo diesel, acidentes com navios petroleiros e vazamentos em poços de petróleo são alguns exemplos.

No Brasil, mais de 90% da energia elétrica é gerada por usinas hidroelétricas, que alagam áreas imensas para construir represas. A água toma conta então de áreas que poderiam ser aproveitadas na agricultura ou pecuária, além de destruírem a fauna e a flora. Pior ainda que a expansão das hidroelétricas, as termoelétricas queimam combustíveis fósseis e ainda causam a chuva ácida e o efeito estufa. Sem falar na energia nuclear, que a cada grande catástrofe como a recente, nas usinas da cidade de Fukushima, no Japão, fazem o mundo parar para pensar, reavaliando a relação custo-“risco”-benefício. Parte da usina foi destruída pelo terremoto que atingiu aquele país e sucessivas explosões liberaram partículas radiativas que podem ter contaminado as águas da região, levando pânico ainda maior à população, que ainda não sabe ao certo a proporção dos efeitos deste acidente, sobretudo mortes e doenças que podem levar anos para se manifestar.

A energia solar, por outro lado, evita muitos danos ao meio ambiente, por tratar-se de uma fonte não-poluente, renovável e gratuita, ainda mais se falando em um país tropical. E mesmo em regiões onde a insolação não é tão intensa e frequente, a evolução dos equipamentos, principalmente das placas, tem permitido atingir níveis cada vez maiores de eficiência na captação dos raios solares e na conservação da temperatura da água nos reservatórios.

Considerada uma fonte de energia limpa, assim como a energia eólica, é uma alternativa cada vez mais procurada e valorizada por seus diferenciais. Conforme dados do Dasol (Departamento Nacional de Aquecimento Solar), da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento), a associação do setor, apenas um metro quadrado de coletor solar instalado evita, por exemplo, a inundação de cerca de 56 m2 de terras férteis ou o consumo de 215 quilos de lenha, 66 litros de diesel ou ainda 55 Kg de gás por ano.

Essas entre outras vantagens estimularam a adoção do aquecimento solar de água em Habitações de Interesse Social (HIS), como as previstas nos programas governamentais Minha Casa, Minha Vida, CDHU e COHABs, e que devem somar mais de 1 milhão de moradias até 2012, caso se confirme a promessa dos governos envolvidos.
Além disso, o cenário positivo de crescimento econômico do Brasil nos próximos anos, segundo especialistas, mostra que a energia solar irá incrementar cada vez mais sua participação no quadro da matriz energética brasileira. Levar esse tipo energia, considerada limpa e renovável, também às camadas populares, é um importante passo nesse sentido.

Ampliar o uso dessa fonte de energia será ótimo para a poupança e bem estar do cidadão e para a economia do País, além de excelente para o planeta, com destaque, ainda, para uma expressiva geração de empregos em toda cadeia envolvida, os chamados “empregos verdes”, que devem ser gerados em virtude de eventos internacionais que o Brasil sediará, como a Copa e a Olimpíada.
(revistaecologica.com)

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