quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Secador solar beneficiará produtos agrícolas

O secador solar para produtos agroflorestais desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental é único no gênero. Simples e fácil de ser construído, traduz-se em uma inovação que traz economia ao produtor e qualidade final à secagem em ambiente fechado, abrindo mais portas para a comercialização, inclusive para a exportação de madeira.

A tecnologia é aplicável a vários tipos de produtos, a exemplo de madeira serrada, grãos, sementes, folhas, fibras e frutos. Os primeiros modelos, concebidos a partir de 2004, eram recobertos com vidro e fechados com plástico nas laterais. Como apresentaram deficiências que prejudicavam a secagem, as soluções pesquisadas levaram até o último protótipo, concluído em 2009.

A novidade do último modelo é a utilização do policarbonato, um polímero altamente resistente, o mesmo material das viseiras de capacete de pilotos da Fórmula 1. Na construção do secador empregam-se também madeira, alumínio, metalon, tubo de PVC, exaustor eólico e fita adesiva especial de dupla face.

A arquitetura do secador solar permite atingir a eficiência na secagem e melhorar a qualidade final dos produtos. Funciona como uma estufa. Tem dois metros de largura, por dois de altura e seis de comprimento. É dividido em três compartimentos internos: coletor solar (por onde começa o aquecimento do ar); secagem e desumidificador (por onde sai o ar úmido). A janela do coletor solar serve para o controle da quantidade de ar que entra no fluxo interno. O ar sempre renovado impede que a umidade alcance níveis indesejáveis dentro da estufa.

VANTAGENS E BENEFÍCIOS

“Essas características são os grandes diferenciais do secador desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental, assim como a chaminé, que suga o excesso de umidade levando-a para fora da estufa, constituindo-se na solução para a secagem em ambiente fechado e úmido - um problema muito comum para os produtores rurais da região amazônica”, comenta o pesquisador já aposentado Osmar Aguiar, responsável pelo desenvolvimento dessa tecnologia e que continua atuando junto à instituição como consultor.

Entre um compartimento interno e outro existem aberturas que permitem a passagem de ar. Isso ajuda a manter a umidade e a temperatura interna em valores ideais para a secagem de diferentes produtos.

Um secador como esse traz muitas vantagens e benefícios ao produtor rural. A começar pela economia: sendo energia solar, o custo energético de funcionamento tende a zero, tornando possível a sua adoção por pequenos produtores. É portátil, de fácil montagem e desmontagem, pois é feito com materiais leves, duráveis e resistentes. O tamanho da câmara de secagem pode variar conforme a necessidade do produtor.

Em relação ao sistema de secagem ao ar livre, muito comum no Brasil, a secagem solar em ambiente fechado é mais rápida. Além disso, é muito mais higiênica e diminui a exposição dos produtos à contaminação por agentes externos, como micro-organismos, insetos e dejetos de animais. “Isso tudo melhora a qualidade final do produto e aumenta as possibilidades de comercialização e exportação”, garante Osmar Aguiar.

O tempo de secagem varia de produto para produto. De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, a madeira de jatobá, que tem grande valor para exportação, teve sua umidade reduzida a 10% em 40 dias de secagem solar. A pesquisa detectou que a temperatura dentro do secador solar pode ser até 35 graus centígrados mais alta que a do ambiente externo.
(diariodopara.diarioonline.com.br)

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