quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Famílias gastam 1.843 euros/ano em energia

Cada família portuguesa gasta, em média, 1.843 euros por ano com energia, incluindo os transportes, conclui o Inquérito ao Consumo de Energia no Sector Doméstico, realizado entre Outubro de 2009 e Setembro de 2010.

Os hábitos de consumo de energia das famílias mudaram nos últimos 15 anos, e o transporte individual é agora responsável por mais de metade do consumo energético (50,6%) e da despesa total com energia (54,4%) nos alojamentos. Ou seja, o carro representa hoje um gasto energético médio de 1.002 euros/ano, acima dos 840 euros gastos com o consumo na casa.

Do total dos alojamentos de residência principal, 73,5% têm meios de transporte afectos, automóvel ou motociclo. Em média, há 1,1 automóveis e 0,1 motociclos por alojamento. É por isso de realçar o grande crescimento no consumo dos combustíveis rodoviários, em especial do gasóleo, quando se comparam estes resultados com as anteriores edições do inquérito. O gasóleo, preferido pelos consumidores (com 64% de quota), implica 56,9% dos gastos com energia, acima dos 42,7% com a gasolina.

Nos últimos anos, a electricidade tornou-se na principal fonte energética nas casas portuguesas (42,6%). O aumento do consumo de electricidade «estará, de resto, directamente associado ao aumento do conforto térmico e do número de equipamentos eléctricos disponíveis nas habitações», revela o estudo.

O GPL, butano e propano, aparece em terceiro lugar, com cerca de 19% do total, com predominância do GPL garrafa (16,6% do total em 2010). Já o gás natural, introduzido em Portugal a partir de 1997, assume-se como a quarta fonte de energia mais consumida (9%), apesar de a distribuição estar limitada ao Continente.

O gasóleo de aquecimento representou cerca de 4% do consumo total de energia nos alojamentos em 2010, enquanto a energia solar térmica e o carvão surgem ainda com uma reduzida expressão, de 0,7% e 0,2%. O carvão utilizado é em 94% de origem vegetal, e, portanto, fonte de energia renovável.

As fontes de energia renováveis, como o carvão vegetal, a lenha e o solar térmico representam 25% do total do consumo de energia nos alojamentos. Tendo perdido quota, a lenha é ainda a segunda principal fonte de energia, com um peso de 24,2% no consumo total (representava 60,3% em 1989 e 41,9% em 1996).

Atenção ao que gasta na cozinha

A cozinha é a divisão da casa em que se gasta mais (39%), seguida do aquecimento de águas com cerca de 23%. O aquecimento do ambiente, correspondente a 21% do consumo global, surge como o terceiro tipo de utilização, sendo seguido dos consumos nos equipamentos eléctricos (11%) e na iluminação (5%). A energia consumida no arrefecimento do ambiente apresenta ainda uma reduzida expressão em 2010 (0,5%).

Existindo mais lâmpadas incandescentes na maioria dos lares (80,9%), é de salientar que as lâmpadas economizadoras também já foram adoptadas em 67,7%. Mas há outros hábitos ainda a ser mudados: a televisão continua a ser o equipamento que maioritariamente se encontra desligado em modo stand-by (44%). Mantém-se como o equipamento de entretenimento e informática mais presente, em 99,6% dos lares, seguido dos computadores, em 59,4% dos alojamentos.

Em relação aos equipamentos existentes no alojamento, é de realçar que, em média, 54% dos equipamentos estão classificados nas classes de eficiência A, A+ e A++, registando-se uma maior predominância das classes de eficiência mais elevadas em equipamentos como frigorífico combinado, máquina de lavar loiça, máquina de lavar roupa e forno independente.
Apesar do isolamento dos alojamentos ser um dos factores que mais contribui para a eficiência energética dos mesmos, verifica-se que, a nível nacional, a utilização de isolamentos térmicos nas janelas ainda é reduzida. A maioria dos alojamentos apresenta vidros simples (superior a 70%) e apenas 21,1% têm isolamento nas paredes exteriores.
(agenciafinanceira.iol.pt)

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