quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Energia limpa e descentralizada

Prêmio Jovem Cientista deste ano desafia estudantes de diferentes níveis de ensino a pensar soluções para os grandes problemas urbanos do país. Projeto para conciliar mobilidade e energia renovável foi premiado na categoria Ensino Superior.

Tornar nossas cidades sustentáveis. Foi esse o desafio que motivou as 2.321 pesquisas inscritas na 25ª edição do Prêmio Jovem Cientista deste ano. A inspiração para os projetos vencedores – anunciados ontem (8/11) em Brasília – não veio de longe: está em áreas aonde o saneamento não chega, nas quais o plástico leva anos para se degradar ou mesmo na meta dos centros urbanos de poupar energia.

A questão energética esteve no centro das preocupações de Kaiodê Biague, estudante de arquitetura do Centro Universitário Izabela Hendrix, em Belo Horizonte (MG). Agraciado com o primeiro lugar na categoria Ensino Superior, o jovem pesquisador, interessado em conciliar mobilidade e energia limpa, propôs um modelo de aproveitamento da energia solar para geração de energia elétrica.

A ideia é captar a energia do Sol por meio de placas especiais, inicialmente instaladas no ‘telhado’ das edificações do sistema de trânsito rápido de ônibus
A ideia é captar a energia do Sol por meio de placas especiais, inicialmente instaladas no ‘telhado’ das edificações do sistema de trânsito rápido de ônibus, o BRT (de Bus Rapid Transit, em inglês). O modelo de transporte opera de forma semelhante ao metrô – embora na superfície – e está sendo implantado em dez cidades brasileiras, entre elas Belo Horizonte, como parte dos preparativos para a Copa de 2014.

Biague explica que escolheu o BRT porque seus terminais de integração e estações de transferência têm uma extensa área de cobertura exposta à irradiação solar. “Ainda assim, as placas podem ser instaladas em qualquer local onde não haja barreiras para a luz do Sol”, disse à CH On-line. “No topo de alguns prédios, por exemplo, é comum as caixas d’água fazerem sombra e prejudicarem essa captação.”

As placas usadas para captar essa energia são compostas por células solares, ou fotovoltaicas, que funcionam como minibaterias. Nelas ocorre uma reação química que gera corrente elétrica e deve ser logo armazenada para uso. Biague pensa em aproveitá-la em projetos de iluminação pública, na alimentação do próprio sistema BRT e também associada à rede elétrica convencional.

Outra vantagem do modelo é a economia de recursos. Segundo o vencedor do prêmio, a energia hidrelétrica é produzida hoje longe dos grandes centros e, por isso, perde-se uma parte significativa dela no percurso de transmissão. “Com esse sistema descentralizado, que pode captar irradiação solar em vários pontos diferentes, essa perda pode ser reduzida.”
(cienciahoje.uol.com.br)

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