segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Energia Solar, uma Opção

Os atuais problemas ambientais são atribuídos ao crescente impacto das ações humanas na Terra. Isto ocorre devido a diversos fatores, tais como aumento da população mundial, dos setores de transporte, das atividades industriais e, consequentemente, do consumo de energia.

O assunto foi discutido pela primeira vez no final da década de 80 e irá se estender por tempo indeterminado, haja vista o difícil acordo internacional na tentativa de diminuir a emissão dos gases causadores do efeito estufa. Embora tenha havido avanço nas questões ambientais desde a assinatura do Protocolo de Kyoto, no Japão, em 1997, é notória a má vontade dos principais poluidores do planeta, China, Índia e Estados Unidos quando se trata de redução das emissões. A razão é muito simples: os índices de produção e consumo de energia refletem a atividade econômica de um país e, portanto, o seu desenvolvimento. Hoje, acontece novamente a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-17), em Durban, África do Sul, onde se procuram estabelecer medidas que renovam o Protocolo, cujas metas perderão sua validade em 2012. Contudo, a comunidade científica converge num ponto. Se o aquecimento global permanecer, as mudanças climáticas podem ser catastróficas nos próximos anos.

Neste contexto, surge a idéia de desenvolvimento sustentável e o uso da energia renovável é vista como uma alternativa para reduzir a dependência das fontes de energia convencionais poluentes. Por este motivo, deve-se haver uma mudança de paradigma em relação ao modelo de energia mundial, na qual estima-se uma redução significativa na emissão de carbono mediante o uso da energia limpa. Ademais, a tendência de mercado é que o custo de desenvolvimento da energia renovável se tornará mais acessível e próximo ao da energia padrão.

Certamente, os rumos das crises americana e européia nos próximos anos impactarão negativamente sobre os investimentos das alternativas aos combustíveis fósseis. Com toda a consciência do problema, ainda é muito mais barato ter como opção imediata jogar CO2 na atmosfera. Entretanto, o Brasil, por meio de suas bem sucedidas experiências como produção de biodiesel e etanol, vem atraindo a atenção dos capitalistas de risco, dada sua larga extensão territorial, biodiversidade e economia favoráveis.

Decisões políticas à parte, deve-se entender que investir em novas tecnologias energéticas faz com que a cadeia produtiva de uma nação seja mais robusta e competitiva. À medida que as soluções mais modernas são conhecidas, torna-se mais claro a viabilidade ou não de suas aplicações. Desta forma, o Brasil começa a dar os primeiros sinais de investimento em larga escala no que concerne à energia solar, apesar de ainda ser pequeno se comparado com Alemanha, Estados Unidos ou Espanha. Curiosamente, o nordeste brasileiro, região onde se tem maior incidência de irradiação, não possui um centro de pesquisa em energia solar.

O sol, que já foi considerado um Deus por tribos pré-históricas, é a única estrela localizada no centro do nosso sistema onde a Terra e outros planetas percorrem suas trajetórias elípticas. Há manuscritos da antiguidade egípcia que dizem que a Grande Pirâmide, uma das maiores obras da humanidade, foi construída a fim de se ter um caminho que levasse ao sol. A temperatura da superfície do sol atinge cerca de 5500 ºC em que a energia é emitida para a Terra em forma de radiação solar, possibilitando a manutenção da vida. A radiação térmica viaja uma distância de aproximadamente 150 milhões de quilômetros a velocidade da luz no vácuo (300.000 km/s) e dura 8 minutos e 20 segundos até chegar ao nosso planeta. Apesar de ser uma minúscula parcela do total que o sol produz, 84 minutos da radiação solar captada pela Terra é equivalente a demanda de energia mundial por um ano. Basicamente, toda a forma de energia que nós conhecemos tem origem no sol. Manipulá-la e aproveitá-la, eis o desafio.

Para extrair a energia solar podem ser utilizados dois tipos de equipamentos: o painel fotovoltaico e o painel termosolar. O primeiro converte diretamente a luz em eletricidade e o segundo, como o próprio nome já sugere, é aplicado para geração de energia térmica, possibilitando encontrar projetos que envolvem desde a climatização de acomodações até a dessalinização da água do mar. No caso de refrigeração de ambientes, tem-se uma situação interessante. Quanto mais elevada a irradiação, mais calor se faz e maior a quantidade de energia consumida pelos sistemas de climatização. Porém, maior a potência produzida pelas placas.

Ainda, vale destacar a substituição de um grande vilão do consumo de energia. Basta dizer que para cada chuveiro instalado, o setor elétrico precisa investir em média R$ 2 mil e em nenhum outro país o produto é tão disseminado como no Brasil. Isto pode ser facilmente solucionado com o uso da tecnologia solar. Em uma cidade como Salvador, por exemplo, com menos de 90 m² de painel solar, garante-se água quente suficiente para um edifício de 24 apartamentos, considerando o pior caso que é o período de inverno, quando a incidência de radiação é menor.

É claro que o Brasil dispõe de diversas maneiras de gerar energia. No entanto, o país continua dando seu exemplo no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável. A preocupação no uso das energias limpas é evidente, principalmente, quando as delegações brasileiras expõem nas conferências realizadas pelo mundo as novas ações executadas nos setores estratégicos. Em particular, a energia proveniente do sol nos traz uma ótima perspectiva e que o sucesso de sua implementação é uma questão de tempo, fazendo jus à idéia aristotélica de que “a natureza não faz nada em vão”.
(bahianoticias.com.br)

Nenhum comentário:

Postar um comentário