segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Fernando de Noronha será exemplo em energia renovável

O arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, um dos cartões postais do Brasil, pode entrar para a história do país como o primeiro grande conjunto de ilhas totalmente abastecido por energia solar e eólica. O projeto pioneiro, ainda embrionário, está sendo desenvolvido pela usina hidrelétrica Itaipu Binacional e ganhou elogios durante a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, realizada em junho, no Rio de Janeiro. 

Técnicos da Itaipu Binacional desenvolveram durante anos, em conjunto com empresas européias e centros de pesquisa, um sistema de bateria, a base de cloreto de sódio, que possui eficiência superior às baterias comuns sem provocar danos ao meio ambiente. Esse tipo de bateria consegue armazenar energia solar e eólica durante o dia sem que ocorra nenhuma perda. 

"Optamos por um sistema de armazenamento de energia que está entre os mais avançados do mundo. O importante é explicar que toda a energia captada de forma aleatória (pelo sol, pelo sistema de marés ou mesmo de tratamento de resíduos sólidos) será guardada durante o dia e usada quando preciso. A gente poderia imitar outros projetos e colocar uma série de painéis de captação espalhadas pelas ilhas, mas além de custar mais caro, essa energia iria se perder ao longo do dia", explica Celso Novaes, engenheiro da Itaipu Binacional e um dos responsáveis pelo projeto, orçado em R$ 17 milhões e que tem apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), órgão ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. 

Ainda não há estimativa de quando o projeto será aplicado de forma total, mas quando chegar a 100% os 3,5 mil habitantes do arquipélago terão à disposição uma energia pura e renovável, aposentando para sempre a energia gerada por meio do óleo diesel, muito mais nocivo à atmosfera. Por enquanto, o projeto inicial prevê a instalação de uma planta piloto de 4,3 megawatts (MW), o dobro das necessidades atuais da ilha. 

Novaes explica que projetos similares, usando modernos sistemas de armazenamento, também estão sendo aplicados em grandes cidades da Europa e dos Estados Unidos. "É um caminho sem volta. Hoje chegamos a outro patamar. Mais importante do que assegurar a geração de energia de forma limpa e sustentável é cuidar dessa energia para que ela seja usada de forma correta e inteligente", afirma Novaes.
(invertia.terra.com.br)

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