sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Rússia não precisa por enquanto de energia solar

As usinas solares aumentam de número e de potência em todo o mundo – mas não na Rússia. Os combustíveis fósseis são a principal fonte da energia no país, sendo baratos e abundantes. Nestas condições, segundo os peritos, não há condições para o desenvolvimento rápido da energia fotovoltaica – a energia elétrica obtida a partir da energia solar.

Hoje em dia a Alemanha, a Itália, os EUA, a China, a França e o Japão são os maiores consumidores de energia solar. Ano passado, foram postos em funcionamento no mundo inteiro 27,7 gigawatts de novas usinas solares – mais 66% que em 2010. O acidente na usina nuclear japonesa de Fukushima influenciou a situação: por exemplo, depois deste acontecimento, a Alemanha tomou a decisão de deixar de usar gradualmente a energia atômica, adotando fontes da energia renováveis – o sol e o vento.

Na Rússia, ao contrário, nem se fala de concorrência entre a indústria energética convencional e de fontes de energia alternativas. Os projetos solares existem mas são raros, ainda que a União Soviética tivesse sido um dos primeiros países a começar a elaborar elementos energéticos solares. Atualmente a energia fotovoltaica desenvolve-se principalmente no sul do país, nas regiões de Krasnodar e Stavropol, onde há mais dias de sol durante o ano. Por exemplo, algumas estruturas olímpicas de Sochi serão abastecidas por energia solar. Mas a proporção destes projetos, benéficos para o ambiente, é mínima, não excedendo 0,5% da balança energética da Rússia. Irina Filatova, analista na área de matérias-primas, está convencida de que a situação só poderá mudar com um forte apoio do Estado.

"As usinas solares são caras e, nas atuais condições em que a energia elétrica é comercializada, o desenvolvimento da indústria da energia solar sem subsídios estatais é praticamente impossível".

Para apoiar o ramo energético promissor, a Rússia pode aproveitar a experiência alemã, onde os bancos do Estado oferecem empréstimos com juros baixos para compra de painéis solares. Certos países europeus, o Canadá, a China e Austrália também, estabeleceram tarifas especiais à compra de energia elétrica ecológica, subsidiada pelo orçamento de Estado.

Mas o analista Roman Tkachuk explica que na Rússia não há necessidade aguda de adotar a energia fotovoltaica, pois há fontes de energia mais baratas:

"Tem que haver necessidade de usar as fontes de energia alternativas. A utilização da energia solar, por enquanto, não é atual na Rússia. Toda a energia consumida no país vem de outras fontes – petróleo, gás, carvão. Existem também usinas hidrelétricas e atômicas".

Enfim, segundo os prognósticos dos analistas, a proporção da energia solar na estrutura do mercado energético russo dificilmente superará 1% durante os próximos 5-7 anos. De qualquer maneira, a energia fotovoltaica conseguirá o seu lugar no futuro. Enquanto isso, a indústria espacial continuará sendo o maior consumidor de baterias solares: para ela, a energia fotovoltaica tem sempre sido necessária.
(portuguese.ruvr.ru)

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